terça-feira, 14 de setembro de 2010

Minha Tapioca

Após comer algumas tapiocas em João Pessoa, pensei em fazer, afinal parecia algo bem fácil de fazer. Procurei algumas receitas e como bom cozinheiro que sou, fui pela mais fácil e aparentemente mais simples.

O que levava a receita?
500g de polvilho doce
2 pitadas de sal
300 ml de agua.

Básico, 3 ingredientes, misturar tudo e pronto. para minha surpresa e decepção errei na água e coloquei pelo menos uns 100 ml a mais, e tava feita a porcaria. Ao invéz de ficar uma farinha endurecida que deveria ser peneirada depois, ficou uma líquido cremoso, e ai pensei e agora?
Coloco fora e desisto, ou vamos em frente? Parei por um tempo e fui almoçar, depois do almoço voltei ao líquido semi-cremoso que não me servia pra nada e resolvi fritar ele pra ver se saia algo que prestasse.

Peguei uma pequena frigideira, coloquei no fogo e fui colocando o líquido aos poucos, e foi se formando uma meleca estranha, mas notei depois da segunda que a parte interna da meleca estava endurecida e seca, ai notei que poderia ser a salvação da tapioca. Segui fritando aquela meleca toda e tentar salvar o dia depois. Finalizando tive uma série de discos grudentos com uma camada grossa de farinha endurecida por dentro.

Ai fui retirando uma a uma as melecas da volta, uma meia hora de trabalhoso e sujo serviço depois, consegui separar apenas as partes que tinham um tipo de farinha endurecida que poderia ser útil pra fazer a massa da tapioca. Então coloquei um prato de massa melequenta fora e parti para tentar livrar minha cara de péssimo cozinheiro.

Peguei uma peneira e comecei a esmigalhar os pedaços de farinha endurecida e peneirar. Notei que estava criando uma farinha parecida com farinha de mandioca, mas mais fofa, o que era um bom sinal. Depois de muito trabalho peneirando e esmagando a farinha consegui uma boa quantidade de material para fazer as tapiocas. Voltei ao fogão, acendi novamente o fogo e coloquei a frigideira. Aos poucos coloquei algumas colheres de sopa rasas da farinha na frigideira (era pequena, se fosse maior provavelmente precisaria de bem mais colheradas de farinha), dei uma alisada com a espátula pra ver se deixava um disco bonitinho e vi que começou a sair fumaça e o típico cheiro de queimado, ai virei com a ajuda da espátula e vi que tinha salvado o dia, porque criou um disco coeso de farinha, foi uma felicidade saber que apesar de todo desastre até aquele momento poderia salvar a minhas tapiocas. A receita deu uns 12 discos mais ou menos, imaginei que se não tivesse perdido parte da materia-prima deveriam dar umas 20 pelo menos. Pra terminar o teste, peguei uma banana e a dividi em 3, e coloquei cada uma das partes numa tapioca, coloquei um pouco de canela em pó e em seguida leite condensado.

E fui experimentar. bem... ficou melhor que eu esperava depois de tudo aquilo. Durante o dia tentei novas fórmulas de recheio, como presunto e muzzarela. Eu ia tentar com salamito e muzzarela, mas lembrei que o salamito estava no refrigerador a pelo menos uma semana antes da minha viagem a João Pessoa e não quis arriscar minha integridade fisica.

Uma coisa que notei, a tapioca tem q ser feita na hora porque depois começa a ficar dura e farinhenta, no dia seguinte é quase intragável. Se for fazer faça e a coma na hora, fica muito bom. Um conselho, faça bastante e não exagere na água, é preferivel por menos do que em excesso, porque pode causar um desastre, não deixe ficar úmido, e coloque apenas o suficiente para juntar a farinha, depois use a peneira para deixar soltinha e coloque a farinha resultante numa vasilha fechada de plastico e faça na hora de comer. O recheio pode ser doce ou salgado fica bom de qualquer jeito.

Bon Apetit...

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